
Foto | Spa Sport Hotel Zuiver
Numa sauna holandesa
Spa Sport Hotel Zuiver era o nome do lugar – que, de cara, se mostrou bem diferente daquilo que eu imaginava quando ouvia meus amigos-e-anfitriões contarem: “Hoje vamos à sauna!” Isso porque eu pensava em qualquer coisa menor, mais fechada, mais sem graça, pra dizer a verdade.
Zuiver é um clube. Com o bônus de estar cercado de árvores, à beira de um belo lago holandês. Experimente recusar numa manhã de verão. Impossível.
A primeira parada estava garantida com hora marcada: massagem corporal de uma hora. Sim, ali você já se prepara para dar adeus às roupas, mas toalhões deixam o cliente coberto e o massagista descobre apenas a “seção” trabalhada. Saí de lá apenas flutuando.
O próximo passo eram as saunas propriamente ditas e – seja ou não efeito da massagem – o momento foi de zero preocupação. Tenho grilos com meu corpo (quem não?) mas já vão alguns anos que não tenho tempo e paciência para ouvir grilos falarem. Ou zunirem. Ou o que quer que façam os grilos. Maturidade? Pode ser. No sentido de ter amadurecido o que, para mim, são preocupações concretas e o que é conversa fiada.
Uma porta grande, uma escadaria e lá estava ele, o spa. Muito maior, mais iluminado e feliz do que eu esperava. Como não aproveitar ao máximo aquele dia?! Ainda de roupão, que é como se caminha de um lado para o outro, conheci quase tudo e escolhi onde faria minha estreia: Aroma baths. O site fala em tranquilidade, fragrâncias e calor. Eu falo em deitar na água quentinha e ser capaz de passar um dia inteiro ali.
SE HOUVESSE UMA VERGONHA, SERIA DE QUÊ? DE MOSTRAR DEFEITOS? DEFEITOS, NÃO – QUE ESSA PALAVRA NÃO CABE AQUI
Sabendo da escolha, minha querida amiga, ao meu lado, se orgulhou e sorriu: “Que destemida! Vai tirar a toalha logo de cara”. Me orgulhei também. De não abrir mão, por bobeira, do que seria um dia delicioso com minha melhor amiga, do nosso dia-de-meninas.
Se houvesse vergonha, seria do quê? De mostrar defeitos? Defeitos, não – que essa palavra não cabe aqui. Todo mundo tem seu clichê preferido e o meu é aquele que diz que a única coisa que temos em comum é justo o fato de sermos todos diferentes. Iguais na diferença, sempre achei isso lindo.
Se houvesse vergonha, seria de quem? Dos banhos para as jacuzzis, das jacuzzis para a sauna a vapor, a sauna com música, a sauna com jatos de sal, a sauna com luzes que mudam de cor, a sauna assim, a sauna assada, mil saunas... nota-se, é claro, gente pelada por toda parte. Mas é um notar panorâmico. Ninguém foca olhares e não há qualquer sinal de sexualização. Cada um está na sua santa paz, tomando sol (o termômetro marcava 29 altíssimos graus holandeses!), buscando uma forma saudável e tranquila de relaxar.
Aqui um grupo de amigas, ali uma família, mais pra lá um casal de velhinhos. De manhã um smoothie, mais à tarde um chá de hortelã e hoje, seis meses depois, uma vontade enorme de voltar.
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